Clássico terá a maior operação já montada pela PM em uma partida entre clubes em BH

rês mil militares são escalados para o clássico. MP pode pedir a juiz de plantão que torcedores brigões já saiam do estádio com tornozeleira

Policial observa torcedores na Rua Pitangui antes de clássico pelo campeonato mineiro, em abril: coronel promete monitorar uniformizadas proibidas de entrar no estádio


A Polícia Militar vai montar amanhã a maior operação já vista em uma partida entre clubes em Belo Horizonte para tentar garantir segurança antes, durante e depois do clássico entre Atlético e Cruzeiro. Três mil policiais militares das unidades do Comando de Policiamento Especializado (CPE), Comando de Policiamento da Capital (CPC), da Academia da Polícia Militar e do setor administrativo vão trabalhar no primeiro jogo da decisão da Copa do Brasil, marcado para o Estádio Independência, às 22h. O número de militares, que não inclui o policiamento de rotina nos bairros, é mais de três vezes maior que o mobilizado na quarta-feira na partida entre Atlético e Flamengo, quando 900 homens e mulheres da corporação foram escalados.

O esquema de segurança foi montado pelo coronel Ricardo Machado, comandante do CPE, mesmo com indefinição sobre a divisão das torcidas nos dois jogos – ele se reuniu ontem com representantes dos dois times, mas não houve acordo sobre os 10% dos lugares destinados aos cruzeirenses amanhã. Segundo Machado, os três mil policiais que atuarão na segurança da partida serão deslocados de todas as unidades do CPE, como Grupo de Ações Táticas Especiais (Gate), batalhão aéreo, canil, cavalaria e Batalhão de Rondas Táticas Metropolitanas (Rotam). A tropa administrativa, que trabalhou na Copa do Mundo e chegou a reforçar a segurança da cidade antes do evento, também será mobilizada por meio do Batalhão Metrópole. Também ficou acertada a participação de soldados do curso de formação que se encerra este mês. 

Entre as estratégias que serão adotadas desde cedo amanhã, está o uso de câmeras nos capacetes de alguns policiais, como ocorreu durante a Copa, e o funcionamento do Centro Integrado de Comando e Controle (CICC), com possibilidade de usar imagens do sistema Olho Vivo. O helicóptero da PM também terá uma câmera, que vai mandar imagens ao vivo para a central da corporação . “Trabalhamos com três vertentes para o clássico: intensificamos o trabalho de inteligência, estamos monitorando as torcidas organizadas e aumentamos o efetivo policial”, afirmou o comandante do CPE.

Caso haja acordo para que cruzeirenses possam assistir ao jogo no Independência, o coronel Machado informa que o local indicado para a concentração de torcedores da Raposa será a Praça da Estação. “De lá, vamos escoltá-los até o campo”, disse o coronel. Os cruzeirenses que quiserem ir direto para o estádio devem se posicionar na Rua Alexandre Tourinho antes de se dirigir ao Setor Ismênia e entrar pelo portão 8. As torcidas organizadas Galoucura (Atlético) e Pavilhão Independente e Máfia Azul (Cruzeiro) estão proibidas de entrar no estádio.

TECNOLOGIA Em outra frente para aumentar segurança, a promotora de Justiça Larissa Souto Maior de Oliveira, que coordena a promotoria com atuação no Juizado Especial Criminal, confirmou que há acordo com a Secretaria de Estado de Defesa Social (Seds) para que torcedores banidos de partidas de futebol passem a usar tornozeleiras eletrônicas. A promotora admitiu que a chance é pequena de que torcedores portem os aparelhos antes da partida de amanhã, no Independência, por causa do prazo apertado – o mais provável é que a medida seja tomada para o jogo no Mineirão. Para adotar o sistema amanhã, o MP precisaria receber o quanto antes uma lista com os nomes de pessoas com histórico de baderna e obter autorização da Justiça para fazer o monitoramento. Até o fechamento desta edição, a relação não tinha chegado aos promotores. 

Para amanhã, o MP trabalha com a possibilidade de que torcedores eventualmente envolvidos em brigas saiam do Independência com a tornozeleira eletrônica. Para isso, dois promotores deverão fazer plantão no estádio junto de um juiz – normalmente há apenas um representante do Ministério Público. “A intenção é conseguir mais um promotor para acelerar a tramitação dos casos e garantir que os envolvidos em confusões já saiam denunciados e com o processo iniciado. Nos casos em que for possível, há também a chance de já se resolver pelo uso da tornozeleira”, disse a promotora Larissa Oliveira. 

Por meio de nota, a Seds informou que aguarda novo contato do Ministério Público para acertar detalhes sobre uso de tornozeleiras. “Temas como critérios e datas de início e término do uso do equipamento para este público serão definidos após deliberação com o Ministério Público e o Judiciário”, informou a secretaria. Atualmente, 2.145 pessoas são monitoradas com tornozeleira em Minas, dos quais 214 agressores enquadrados na Lei Maria da Penha e 208 mulheres ameaçadas.



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